O carnaval é uma instituição nacional, com raízes profundas fincadas nos cultos pagãos da antiguidade, nos quais o deus Baco era invocado sob inebriantes libações e momentos de pura orgia, nos quais a força dos instintos humanos era liberada de forma irrefreada. Transplantado para o Brasil através dos colonizadores portugueses, aqui o carnaval incorporou o ritmo e a alegria do africano. No Maranhão, soma-se a isso a indisfarçável influência indígena, e se tornam facilmente explicáveis as inúmeras manifestações culturais de cunho carnavalesco que surgem a cada ano, o que atesta de forma insofismável a grandeza da nossa diversidade cultural.
Diante dessa multiplicidade de formas, em cada local do Brasil o carnaval possui especificidades e, no Maranhão, a realidade não contraria a regra. É possível exemplificar a situação apenas citando o caso único dos Blocos Tradicionais, manifestação cultural que só é observada em São Luís. Com muita criatividade, foram criados instrumentos artesanais de percussão, e as fantasias começaram a colorir o carnaval da Ilha. Blocos surgiram ao longo dos anos como: Vira-Latas, Boêmios, Pif Paf, Os Velhinhos Transviados, Os Bambas, Escolinha do Bessa, e tantos outros que fizeram brilhar o ritmo pelas ruas da capital maranhense.
Os desfiles, antes organizados pelas rádios, começaram a receber premiações e os determinados locais se tornaram bastante conhecidos. São antológicos os desfiles realizados no circuito da Deodoro. Em alguns anos, tentou-se transferir a festa para o Anel Viário, debaixo do viaduto do Monte Castelo, e ainda na João Lisboa, alternativas que tiveram seus brilhos. Em 1989, após a construção do Aterro do Bacanga, o desfile se transferiu definitivamente para esse local. A passarela, apesar das inúmeras e veementes reivindicações dos carnavalescos e da população, ainda não possui uma estrutura fixa e definitiva.
Com uma programação das agremiações carnavalescas da capital maranhense, começam hoje os desfiles oficiais da Passarela do Anel Viário que possui o nome de Passarela Chico Coimbra, em homenagem ao estilista, colunista e jornalista maranhense Francisco Coimbra.
Prefeitura e Governo abrem os desfiles
A entrada no local é gratuita e as pulseiras de acesso podem ser retiradas na bilheteria, sempre a partir das 17h; passarão pelo Anel Viário mais de 70 atrações em cinco dias de festa.
Os desfiles terão uma programação diversificada, com muita folia, segurança e acessibilidade. Serão mais de 70 atrações entre escolas de sambas, blocos afros, tribos de índios, blocos alternativos e trios elétricos que irão animar os cinco dias de festa.
A abertura oficial da Passarela ocorrerá, a partir das 19h, com a entrega simbólica da chave da cidade à Corte Momesca. Em seguida, desfile do Bloco Afro Abiyéyé Maylô. A noite será encerrada com o cortejo dos trios Vamu di Samba, Blocão do Jacaré, Blocão do Nina e Marabloco Elétrico. A partir de sábado (22), até a terça-feira de Carnaval (25), a programação será iniciada sempre a partir das 18h.
A entrada na Passarela do Samba é gratuita, mas atenção: quem quiser acesso à Passarela, em qualquer um dos cinco dias de programação, deve se dirigir à bilheteria do local, sempre a partir das 17h, onde serão entregues as pulseiras de acesso.
No sábado (22), grupos de Tambor de Crioula iniciam a festa, seguidos pelo desfile dos Blocos Tradicionais dos grupos A e B. Domingo (23) e segunda-feira (24) são dias dos Blocos Organizados fazerem a festa juntamente com o desfile das Turmas de Samba e Escolas de Samba. A terça-feira (25) começa com o cortejo das Tribos de Índio e o desfile dos Blocos Afros. O encerramento da folia, no Baile Popular, fica por conta do grupo “As Brasileirinhas”, Serrinha do Maranhão e a Banda Mesa de Bar.
Na quarta-feira de cinzas (26), as apurações dos concursos realizados serão realizadas no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, na Praia Grande, a partir das 10h.